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PROFISSÃO PROFESSOR

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Análise da música Cálice de Chico Buarque e Gilberto Gil.


I – Cálice, é uma das composições mais panfletária de Chico Buarque, somando-se o fato dele ter como parceria a genialidade de Gilberto Gil, compuseram uma grande obra.  Os versos da canção estão imbuídos de metáforas usadas para contar o drama da tortura no Brasil no período militar.

01 – Levando em consideração o sentido metafórico do poema, no que tange ao título da canção, podemos inferir que.
a) O título remete ao sangue de cristo, uma vez que nas liturgias cristãs o cálice ofertado simboliza o sangue de Jesus.
b) Remete a agonia de Jesus no calvário.
c) É uma expressão totalmente ambígua, pois não tem nada a ver com o sentimento do calvário.
d) A ambiguidade da palavra “cálice” em relação ao imperativo do verbo calar, remete à atuação da censura durante o regime.
e) Todas as alternativas estão corretas.

alternativa D

02 – Em relação ao sentido metafórico do verso: “Pai, afasta de mim esse cálice”.
a) Sintetiza uma súplica por algo que se deseja ver à distância;
b) Remete a impossibilidade de aceitar aquele quadro social;
c) O verso denuncia os métodos de torturas e repressão;
d) Significa a imposição de ter que aguentar a dor e aceitá-la como algo banal e corriqueiro;
e) O “eu lírico” está admitindo a dificuldade de aceitar passivamente as imposições.

Alternativa A

03 – “De vinho tinto de sangue” na bíblia, esse conteúdo é o sangue de Cristo, na música é:
a) O vinho ofertado nas liturgias cristãs.
b) O sangue de Jesus.
c) O sangue derramado pelas vítimas da repressão e torturas.
d) O sangue dos políticos envolvidos nas mortes.
e) A sena de violência entre os mortos e feridos.
Alternativa C

04 – Relacione os versos com seus respectivos sentidos atribuídos na música de Chico Buarque.
(A) Como beber dessa bebida amarga.
(B) Tragar a dor.
(C) Engolir a labuta.
(D) Mesmo calada a boca resta o peito.
(E) Esse silêncio todo me atordoa
(F) Atordoado, eu permaneço atento
(G) Outra realidade menos morta;
Relacione
(B) aguentar a dor e aceitá-la como algo banal e corriqueiro.
(F) mesmo sobre tortura o “Eu lírico” permanece em estado de alerta como se estivesse esperando um espetáculo que estaria por vir.
(D) mesmo tendo a liberdade cerceada, resta o desejo escondido e inviolável dentro do peito.
(A) remete à dificuldade de aceitar um quadro social em que as pessoas eram subjugadas de forma desumana.
(G) o “Eu lírico” remete anseia por uma realidade na qual os homens não tivessem sua individualidade e seus direitos anulados.
(E) tal verso denuncia os métodos de torturas e repressão, utilizados para conseguir o silencio das vítimas, fazendo-as perderem os sentidos.
(C) Aceitar uma condição de trabalho subumana de forma natural e passiva.

 05 – “Silêncio na cidade não se escuta”. A palavra silêncio está implicitamente relacionada à:
a) censura                              
b) a falta de pessoas pelas cidades devido ao Estado de sítio decretado pelo governo;
c) as mortes ocorridas durante esse período;
d) a ignorância dos ditadores em relação ao cidadão comum;
e) todas as respostas estão corretas.
Alternativa A

06 – Não fugindo à temática da religião, Chico e Gil usam de metáforas para mostrar suas descrenças naquele regime político e rebaixa a figura da “pátria mãe” a condição de puta. O verso que remete a essa afirmativa seria:
a) De que me vale ser filho da santa;
b) De muito gorda a porca já não anda;
c) Quero inventar meu próprio pecado;
d) Atordoado, eu permaneço atento;
e) Melhor seria ser filho da outra.

Alternativa – E

07 – “Silêncio na cidade não se escuta”. A figura destacada na frase é>
a) hipérbole
b) antítese
c) paradoxo
d) perífrase
e) hipérbato
Alternativa – C

08 – O regime militar propagandeava que o país vivia um “milagre econômico” e todos eram obrigados a aceitar essa realidade como uma verdade absoluta. A frase que melhor expressa esta ideia é:
a) Atordoado eu permaneço atento;
b) Quero lançar um grito desumano;
c) Essa palavra presa na garganta;
d) Esse pileque homérico do mundo;
e) Tanta mentira tanta força bruta.

Alternativa – E

09 – “Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me engano”. Através desta mensagem o “Eu lírico” admite:
a) dificuldade de aceitar passivamente as imposições do regime;
b) as torturas e prisões geralmente ocorriam na calada da noite;
c) que tudo era reprimido;
d) por viver em um regime repressor as decisões eram tomadas de forma clandestina;
e) todas as alternativas estão corretas.
Alternativa - E

10 – Talvez porque ninguém escutasse as mensagens lançadas por vias pacíficas e ordeiras, uma das possibilidades, por conta de tanto desespero, seria partir para o confronto. Essa ideia está implícita nos seguintes versos:
a) Esse silêncio todo me atordoa;
b) Essa palavra presa na garganta;
c) Silêncio na cidade não se escuta;
d) Quero lançar um grito desumano, que é uma maneira de ser escutado;
e) Outra realidade menos morta.
Alternativa – D

11 –O porco é o símbolo da gula, e está entre os sete pecados capitais, retomando a temática da religiosidade o “Eu lírico” afirma: “ De muito gorda a porca já não anda”. Além da simbologia religiosa a frase acima também faz referência a:
a) a inoperância dos governantes frente ao regime;
b) ao sistema ditador, que, de tão corrupto e ineficiente, já não funcionava;
c)  as atitudes cruéis dos ditadores que não tinham piedade de seus desafetos;
d) as intensas prisões ocorridas;
e) todas as alternativas estão corretas.

Alternativa - B

12 – “De muito usada a faca já não corta”. A afirmativa acima traz implícita a seguinte conclusão a respeito daquele momento político:
a) inoperância e desgaste de uma ferramenta política utilizada à exaustão;
b) apelo que sejam diminuídas as dificuldades;
c) que o instrumento mais usado para assassinar os “delinquentes” era uma faca;
d) o instrumento usado para punir os prisioneiros políticos não funcionava como antes.
e) Nenhuma alternativa está correta.

Alternativa – A

13 – “Como é difícil, pai, abrir a porta”. A porta simboliza.
a) entrada para o regime de escuridão;
b) saída de um regime violento;
c) um novo tempo;
d) todas as alternativas estão corretas;
e) as alternativas b e c estão corretas.

Alternativa – E

14 – “Quero inventar o meu próprio pecado”. Subtende-se que com esses versos o “eu lírico”.
            a) expressa a vontade de libertar-se das imposições;
            b) almeja definir por si só seus erros, sem que os outros apontem;
            c) defende a criação de suas próprias regras;
            d) deseja urgente uma real liberdade;
            e) todas as alternativas estão corretas.
Alternativa - E
15 – “Quero perder de vez tua cabeça/minha cabeça perder teu juízo”. Nos versos acima, encontra-se implícita a(s) seguinte(s) mensagem(s).
            a) desejo pelo próprio juízo e não o do opressor;
            b) quer decapitar a cabeça da ditadura;
            c) deseja libertar-se do juízo imposto pelo regime militar;
            d) almeja ser dono de suas próprias ideias.
            e) todas as alternativas estão corretas.

Alternativa - E



Gostou da proposta de atividade? Fique à vontade e faça sua crítica.
Lembre-se, essa é uma das possibilidades de análise principalmente de um texto tão rico como este. Até a próxima.

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